Paralimpiadas adiadas; sonhos não
- Vítor José Leutz
- 28 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de nov. de 2020
Por Vitor José Leutz
Com o sonho de participar da sua quarta paralimpiada adiado, Carlos Farrenberg continua treinando
Os Jogos Paralímpicos consistem em um evento desportivo, que é constituído por competições entre atletas de alto nível, desde portadores de algum tipo de deficiência, sejam elas sensoriais ou físicas. Cada vez mais vem ganhado espaço aos olhares do publico. Em Santos não é diferente; a Universidade Santa Cecília, instituição que apoia atletas da região, foi pioneira em ter um representante nos Jogos Paralímpicos, de altíssimo rendimento.
Carlos Farrenberg, que já coleciona três paralimpíadas, nasceu em São Paulo e ainda bebê foi colocado na natação. Como a família de sua mãe era de Santos, sempre estava na cidade para ir à praia, e esse foi um dos motivos para fazer natação.
Acontece que seu pai achava importante ele e seu irmão saberem nadar caso acontecesse algo no mar.
Farrenberg já coleciona diversos campeonatos e a intensa dedicação o levou ainda mais longe: em Pequim nas paralimpíadas de 2008 e na de Londres em 2012. No currículo do atleta ainda tem o tri campeonato Parapan-Americanos, foi campeão mundial em piscina curta nos 100 metros livres em 2009, vice campeão mundial nos 100 metros em 2006 e 50 metros livre em 2015. 2016 foi um ano importante para o atleta, quando conquistou a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, representando o Brasil na categoria 50 metros livre S13.
“Foi fantástico, é uma mistura de emoção, porque geralmente não temos torcidas a favor, como foi na China e na Inglaterra. Já no Rio eu me preparei para vivenciar a torcida a favor, tive o acompanhamento de psicólogo, para não deixar a adrenalina tomar conta e dar tudo certo”
Por conta do coronavírus as Olímpiadas e Paralimpíadas foram adiadas para 2021. A comissão organizadora achou melhor adiar pois não sabia como ficaria o mundo durante a após a pandemia.
Vale lembrar que a doença começou na Ásia e atletas e torcedores correriam riscos.
Farrenberg estava preparado para enfrentar sua última competição, mas por conta da Covid-19 tudo mudou, treinos, rotinas e sonhos. O atleta da Unisanta continua treinando e está também sendo acompanhando por uma nutricionista.
Ele foi a favor do adiamento dos jogos, “O adiamento foi a melhor opção na minha opinião, seria muito ruim ter seletiva após esse período parado e os jogos teriam um nível técnico abaixo do esperado”.
O atleta está evitando sair de casa. Mesmo assim há dias que tem que sair, e com a ajuda da mulher que é medica, ele segue todas as orientações e lava as mãos antes e depois de sair e passa álcool gel no produtos de fora.
Mas não imagine que o adiamento o deixou triste; com esses dias em casa, o nadador tem aproveitado para ficar e brincar com a filha.

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