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O adiamento dos Jogos Olímpicos renderá uma preparação melhor, segundo skatistas brasileiros

Os atletas Kelvin Hofler e Pedro Quintas acreditam que decisão do COI foi correta


Com o adiamento dos Jogos Olímpicos de 2020 que seria realizado em Tóquio, no Japão, a estreia do skate no maior evento esportivo do mundo terá que esperar até 2021 para se tornar realidade. O cancelamento dos jogos gerou decepção aos competidores, mas consequentemente proporcionará maior tempo para treinamentos no próximo ano.


Kelvin Hoefler é um dos melhores skatistas do mundo, e acredita que o adiamento dos Jogos Olímpicos foi uma decisão correta. “Acredito que todo esse momento que estamos vivendo é muito triste para o mundo. Acho muito importante as Olimpíadas e para mim, pode ser hoje ou daqui há um ano que não fará muita diferença... é até bom, porque vou ganhar tempo para me preparar melhor. Foi uma decisão muito sábia dos organizadores”, afirmou o skatista. Nascido na cidade do Guarujá, Hoefler tem 26 anos e é hexacampeão mundial de skate; atualmente está em terceiro no ranking mundial na categoria Street.


Outro atleta da seleção brasileira de skate que comenta o adiamento dos Jogos é Pedro Quintas. “É um pouco frustrante, mas pelo menos agora teremos mais tempo para nos prepararmos fisica e mentalmente. Quanto mais tempo de preparo, melhor”, afirma ele que tem 17 anos. Pedro é um dos 21 atletas convocados pela seleção brasileira de skate para disputar uma das vagas para representar o País em 2021. Para o jovem skatista, a suspensão dos jogos não o prejudicará e que o esporte crescerá no Brasil. “Não sei em relação aos outros, mas a mim não afeta em nada o adiamento. O fato de o skate já estar nas Olimpíadas nos ajuda muito. Cada vez mais vai melhorar”, acrescenta.


No dia 24 de março de 2020, por conta da pandemia de Covid-19, foi oficialmente cancelada a possibilidade de realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio ainda neste ano. Em conversa entre o primeiro ministro do Japão, Abe Shinzo, o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional) Thomas Bach, além da governadora de Tóquio Yuriko Koike e o líder da organização dos Jogos, Yoshiro Mori, a decisão da suspensão dos jogos foi aprovada.


A pressão para a não realização do evento foi forte, já que os comitês de países como Canadá, Reino Unido, Noruega, Austrália, Eslovênia, Alemanha e Brasil, além das equipes de natação e corrida dos EUA, ameaçaram boicotar e não participar dos jogos.


Seguindo as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e as pressões de diversos países para preservação da saúde dos atletas, expectadores e todos os indivíduos que de algum modo estariam acompanhando os jogos, o evento não será realizado.


Ainda não há uma data certa para o acontecimento dos Jogos, o que se sabe, é que o skate será um dos novos esportes que fará parte da competição.

Modalidades


As modalidades escolhidas pelo COI foram o Park e o Street, deixando de fora algumas categorias tradicionais como half pipe, vertical, mega rampa, entre outras. O Park é novo e consiste nas transições acima de três metros, com obstáculos que interagem entre si, o que proporciona que um atleta emende uma manobra em outra. O Street é o mais tradicional e é composto por manobras em locais urbanos, como corrimãos, escadas, rampas e outros obstáculos de rua.


Questionado sobre o número baixo de modalidades, Pedro diz que isso será apenas temporário e que no momento é um experimento. “Acho que agora o skate é apenas um teste, mas com o passar do tempo, mais modalidades entrarão nos jogos” segundo Quintas.


Seleção


O Brasil poderá contar com até 12 skatistas no total, três no Park feminino, três no masculino, três no Street feminino e três no masculino. Até o momento, 21 atletas foram convocados para disputarem as vagas nos próximos torneios classificatórios que ocorrerão antes dos Jogos.


Park Feminino: Dora Varella, Isadora Pacheco, Yndiara Asp, Victoria Bassi e Letícia Gonçalves;
Park Masculino: Luizinho Francisco, Pedro Barros, Pedro Quintas, Mateus Hiroshi, Murilo Peres e Hericles Fagundes;
Street Feminino: Pamela Rosa, Rayssa Leal, Leticia Bufoni, Gabriela Mazetto, Virgínia Fortes Águas e Isabelly Ávila;
Street Masculino: Kelvin Hoefler, Giovanni Vianna, Carlos Ribeiro e Felipe Gustavo

Na luta para conquistar as medalhas, o Brasil chegará à Tóquio extremamente forte com competidores de altíssimo nível. Na modalidade Park, as apostas ficarão por conta de Pedro Barros, Pedro Quintas e Dora Varella. Já no Street, Pâmela Rosa, Rayssa Leal, Leticia Bufoni no feminino e no masculino o favoritismo fica por conta de Kevin Hoefler e Felipe Gustavo


Breve história


O Skate veio dos Estados Unidos, da Califórnia durante os anos 60. Mas, se popularizou de fato nos anos 80 com o surgimento da lenda Tony Hawk que é considerado o maior skatista de todos os tempos por revolucionar as manobras do esporte com seus aéreos e flips, além de trazer diversos patrocinadores e por participar da criação do jogo “Tony Hawk’s Pro Skater” feito para a plataforma Playstation, que teve recordes de vendas na época que foi lançado em 1999.


No Brasil, a visibilidade se deu por conta de grandes atletas que têm seus nomes internacionalmente reconhecidos, como o tetracampeão mundial de skate vertical Sandro Dias, conhecido como “Mineirinho” e o campeão mundial também na categoria vertical, Bob Burnquist.


O skate é marcado por ser algo além de um esporte; é um estilo de vida adotado pelas pessoas, que envolve paixão e superação. Apesar disso, o esporte ainda não é totalmente visto com bons olhos, sendo relacionado, às vezes, ao uso de entorpecentes e criminalidade. A inserção do skate nas Olimpíadas pode ser um caminho para chegar ao fim de uma vez por todas todo o preconceito com os praticantes do esporte.

 

Por Henrique Miguel

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