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15% dos atletas apresentam quadro de depressão com as medidas de isolamento social

  • bf156631
  • 28 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Em pesquisa feita pela FIFPro, com 1602 atletas, 250, entre homens e mulheres possuíam sintomas de depressão, enquanto 266 mostravam sinais de ansiedade


Por Bianca Franzosi


Desde o início deste ano, o mundo inteiro vem sofrendo com uma ameaça nunca antes vista em tais proporções: a pandemia do novo coronavírus. As principais ações para o combate desta epidemia é o isolamento social, que garante que o vírus se espalhe em um ritmo menor, pois as pessoas teoricamente só sairiam de casa por motivos essenciais como ir ao mercado ou comprar medicamentos.


Como consequência, diversos eventos esportivos foram adiados, desde campeonatos nacionais até as Olimpíadas de Tokyo. O público terá de se conformar e esperar a nova data dos eventos chegar. Mas como ficam os atletas? Um estudo feito pela FIFPro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol) em parceria com os Centros Médicos da Universidade de Amsterdã, mostrou que 15% dos jogadores entrevistados estavam desenvolvendo algum sintoma de depressão por conta das medidas de distanciamento social, enquanto outros 17% apresentavam um quadro de ansiedade no geral. Isso totaliza 32% dos participantes da pesquisa com algum transtorno psicológico.


A pesquisa foi feita em 16 países diferentes, entre eles, Inglaterra, Austrália, Dinamarca, Holanda e África do Sul. Alguns, como a Dinamarca, começaram a exigir que as pessoas permanecessem em casa, no dia 11 de março, enquanto outros, como a África do Sul, iniciaram só no fim do mês, dia 27. Porém, a maioria dos países tem sido bem severa com os lockdowns, permitindo apenas saídas emergenciais justificáveis. Hoje, após praticamente dois meses e meio de isolamento, alguns países cogitam em uma reabertura, mas ainda assim, é entendível que tenha sido um período traumático.


Quando se está acostumado com uma rotina de treino, com a convivência com as pessoas, com o trabalho em equipe, é muito difícil cortar tudo isso durante 60 dias - ou até mais- o que pode trazer efeitos negativos tanto para o corpo quanto para a mente. A maioria dos clubes contatados afirmou que fornecem apoio psicológico aos atletas para passarem por essa complexa situação.


Coincidências?


Na pesquisa foram entrevistadas 468 mulheres, 187 delas afirmaram estar sentindo os sintomas de ansiedade e depressão – que equivale a 40% - além de estarem muito preocupadas com o futuro de suas carreiras. A grande maioria das jogadoras profissionais trabalham com contratos amadores pela falta de interesse por parte dos clubes em investir no futebol feminino. Isso priva as mulheres de diversos direitos como o registro oficial, segurança social, um salário condizente com o seu trabalho, além do devido respeito que merecem.


Com o cancelamento de jogos, não só muitas marcas escolheram não patrocinar mais times e jogadores, mas também as próprias organizações esportivas deixam de investir tanto no futebol feminino, que já era desvalorizado. Com base nisso, é mais que natural que seja justamente esse grupo de pessoas a sentir mais os efeitos da quarentena sobre o psicológico.

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