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  • Foto do escritorMaria Eduarda Nascimento

Sustentabilidade é a nova moda

Projeto do estudante de jornalismo Allan Moraes tem como objetivo unir informações sobre brechós, bazares e moda consciente


Se antigamente os brechós e bazares não eram bem vistos por venderem roupas usadas, atualmente, esse modelo de negócio é considerado uma alternativa sustentável, econômica e estilosa. É a partir dessa realidade que o estudante de jornalismo Allan Moraes quer encorajar as pessoas a considerarem outras formas de consumo, disponibilizando uma extensa fonte de informações sobre esses estabelecimentos, produtores locais e moda consciente.

Conscientizar sobre moda consciente por meio do projeto ReVista  é o objetivo do aluno Allan Moraes
Conscientizar sobre moda consciente por meio do projeto ReVista é o objetivo do aluno Allan Moraes

Foi do gosto por frequentar brechós e bazares que o tema do TCC do estudante surgiu. Allan, que consome de maneira sustentável desde 2016, percebeu que na internet não existem informações suficientes sobre esses locais, o que dificulta não só o acesso, mas também a popularização. Por isso, a sua missão durante o trabalho foi organizar as informações sobre moda consciente em Santos, realizando o mapeamento desses estabelecimentos, incluindo os pequenos produtores locais e produzindo conteúdo informativo sobre ações e pessoas que atuam nessa frente.


Um dos fatores que motivou Moraes a prosseguir no tema foi a sustentabilidade, uma questão que tem se tornado cada vez mais urgente para o planeta.


“Estamos repensando tantos hábitos e eu me peguei nesse exercício de reflexão sobre o quanto duram as minhas peças de roupas que compro em lojas de departamento, como elas gastam rápido (...) Comecei a perceber que as roupas boas que compro de segunda mão, aquelas peças de boa qualidade mesmo, duram muito mais que as de departamento”, comenta.

Não é de hoje que a indústria da moda causa impactos ambientais devido ao uso excessivo de recursos hídricos e por meio da emissão de gases de efeito estufa. Segundo a World Wide Fund For Nature (WWF), uma camiseta de algodão chega a consumir cerca de 2.700 litros de água. Já uma calça jeans, apenas no cultivo de algodão utilizado, consome 10.000 litros de água, quantidade semelhante à ingerida por uma pessoa em um período de 10 anos de acordo com a ONU.


Uma pandemia no meio do caminho


Allan decidiu tocar o projeto sozinho, mas não contava com o grande acontecimento de 2020, a pandemia. Logo no início da quarentena, o estudante percebeu o desafio que teria pela frente: dar continuidade a um trabalho que exige contato e visitas presenciais, o que de fato não poderia acontecer devido aos riscos de contaminação pelo novo coronavírus.

Depois de alguns meses, o trabalho começou a andar novamente, e mesmo com algumas urgências, ele tem se organizado para que o guia de brechó e bazares, juntamente com informações sobre moda consciente fique pronto o quanto antes. “Quero muito finalizar e colocar no mundão essa pesquisa que pode interessar e ajudar tantas pessoas”, afirma.


E para vencer a corrida contra os prazos, o estudante tem como orientadora a professora Nara Assunção, uma escolha que, segundo ele, foi por pura afinidade: “Eu sei que ela adora brechós, e quando contei a ideia, foi a pessoa que mais incentivou e pilhou de orientar”.

O início da desconstrução


Embora a indústria têxtil seja extremamente danosa ao meio ambiente, Allan quer que o seu projeto seja um mecanismo de incentivo, e não de culpa. Ele acredita que romper a barreira que existe entre o reuso e as roupas de grandes lojas é um processo vagaroso, por isso, não cabe responsabilizar as pessoas pelo consumo, pois na verdade estamos inseridos em um sistema que nos condiciona contribuir para esse mercado.


“Esse trabalho, de alguma forma, tem o intuito de organizar as informações sobre moda consciente aqui da cidade, plantando aquela sementinha de "Olha.. Tem esses outros lugares aqui onde você pode comprar roupas... Tem esse que é mais chique, esse que é mais simples, esse que ajuda instituição X…”, completa.

 

Por Maria Eduarda Nascimento

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