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Documentário revela preparação de atores

Projeto foi desenvolvido com base na obra “Navalha na Carne”, de Plínio Marcos

Por Evelyn Nayara

O espetáculo proporcionado por um personagem é capaz de despertar sensações infinitas em quem o contempla, conforme a carga emocional emitida por aqueles que ali atuam. Sabendo das necessidades preparatórias de um ator, que fortalece, sobretudo, seu estado psicológico para encarnar a persona da história a ser contada, os alunos de jornalismo Lucas Ferreira e Vinícius Costa produziram um documentário acerca da vivência dos artistas nos bastidores.


A paixão pelo teatro impulsionou a dupla, que além do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), desempenhou atividades em conjunto durante os oito semestres previstos pela universidade. Para a narrativa do projeto audiovisual, inspiraram-se na metodologia utilizada por Eduardo Coutinho, no documentário “Jogo de Cena”, em que 23 mulheres, independente de raça e status social, contaram suas histórias de vida em frente às câmeras em um estúdio, no ano de 2006.


Definida a narrativa, os estudantes atrelaram a obra "Navalha na Carne”, de Plínio Marcos, como objeto de estudo central para o desenvolvimento do TCC, que nada mais é que um “filme”, com encenação e entrevistas protagonizadas por três mulheres: Linda Leão (atriz), Maria Tornatore (diretora de teatro) e Nicole Mara (psicóloga), todas ligadas direta e indiretamente à arte.


A escolha da peça teatral de Plínio Marcos se deu por sua representatividade na cultura brasileira, uma vez que além de ter sido estreada no ano de 1967 (período de censura e ditadura militar), expôs a realidade de três “moradores” de um bordel, a prostituta (Neusa Suely), o gigolô (Vado) e o homossexual (Veludo).


A captação de imagens foi realizada em um único dia, exclusivamente no auditório do Espaço Multicultural 22 de Janeiro, em São Vicente, local que comporta 80 pessoas e é palco para festivais de cinema e apresentações teatrais.


Todo o conteúdo produzido em vídeo e escrita foi compilado e está sendo revisado junto ao orientador, professor Eduardo Rajabally. Ele, que é jornalista e especialista em produção audiovisual, explicou que às vésperas do trabalho ser submetido à banca examinadora é essencial que a edição extraia e insira todos os detalhes pertinentes para a conclusão do projeto.


Ao ser questionado sobre a assertividade da dupla em manter o formato de documentário mesmo em meio a pandemia, Rajabally pontuou “O problema de saúde pública em âmbito mundial não deve ser encarado como empecilho, mas sim como uma oportunidade para mudar a forma como enxergamos as coisas e, dessa forma, reportarmos. A sensibilidade daquele que vê é determinante para prosseguir, ou não, com um modelo de trabalho como esse.”


Os formandos estão ansiosos para a divulgação da produção e reiteram o desejo de tornar o produto conhecido. “Nossa pretensão, posteriormente, é veicular o documentário em festivais de curta-metragem e canais virtuais do segmento. Mas acima de tudo, esperamos que as pessoas assistam e compreendam que a preparação de um ator não é tão simples quanto aparenta,” disse Lucas.

Perguntado sobre a maior dificuldade enfrentada, Vinícius comentou: “O que nos desestabilizou, além da pandemia, foi sem dúvida a substituição de um dos personagens no enredo. Tava tudo combinado com um ator e de repente ele não pôde mais contribuir. E lá fomos nós, mais uma vez, reformular a ideia inicial. Mas, no fim, deu tudo certo e o resultado foi tão positivo quanto o que nós imaginamos dadas as circunstâncias," concluiu.

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