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Alunos produzem monografia sobre ‘violência como produto de entretenimento’

De acordo com os estudantes, a ideia do TCC é mostrar como a barbárieé explorada no campo midiático


O jornalismo tem como um dos seus objetivos o compartilhamento de informações. E para isso, tende a produzir notícias claras e objetivas. Entretanto, os estudantes do último semestre de jornalismo, Gabriel Somensari e Luan Gabriel analisaram, em sua monografia, que muitas das matérias que retratam a violência não adotam esse tipo de caráter – priorizando, dessa forma, uma condição sensacionalista em busca de maior audiência.


A dupla, que soma cerca de dez anos de amizade, não procurava apenas por um assunto sensível, mas algo que também fosse promissor – com oportunidades para desenvolver futuros projetos. Assim, escolheram “Violência como produto de entretenimento: a banalização da barbárie” como tema de TCC.


“A gente pensa que como jornalistas nós temos uma função, e a gente pode fazer do TCC algo grande”, enfatizou Luan.

Pensando nisso, os estudantes escolheram a monografia como ferramenta para o trabalho, mas já idealizam o lançamento de um livro sobre o tema – após a conclusão do curso.


A monografia foi dividida em quatro capítulos: Conceitos de Violência, A Mídia Impressa, A Popularização da Violência como Produto para o Entretenimento e o Uso do Sensacionalismo, e Estudo de Caso: O sensacionalismo na cobertura dos casos Araceli Cabrera Sánchez Crespo e Isabella Nardoni.


Segundo a dupla de estudantes, foram escolhidos os jornais Folha de S.Paulo e O Globo – que não têm um caráter sensacionalista em sua linha editorial - como base para realizar um estudo da linguagem desses casos, fazendo uma análise de seus respectivos discursos.


A escolha dos casos se deu por conta da grande repercussão na sociedade quando o tema retratado na matéria é mortalidade infantil. Para isso, os futuros jornalistas analisaram o caso de Araceli Crespo: raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada, em 1973, durante a Ditadura Militar; e o caso de Isabella Nardoni: atirada do sexto andar de um edifício, em 2008.


Devido ao poder da mídia, que evoluiu ao decorrer dos anos, foram constatadas algumas diferenças quanto às divulgações dos casos. Enquanto o de Araceli teve quatro matérias divulgadas após sua morte (apenas pelo Jornal O Globo), dentro de um período de 30 dias; o caso de Isabella Nardoni somou 265 matérias publicadas nos jornais em questão.


Inclusive, de acordo com os estudantes, a dificuldade principal do trabalho foi - e ainda é - comparar os casos, de forma semelhante. Isso porque o de Araceli envolveu dois indivíduos de famílias importantes no comércio nacional e internacional – o que cerceou a liberdade da imprensa em divulgar maiores informações sobre o caso. A monografia está prestes a ser finalizada – faltando apenas a conclusão do último capítulo.


“A minha dica para quem faz monografia é pesquisar bastante. Pesquise antes de você escrever e enquanto você estiver escrevendo. Tenha total embasamento no assunto para que fique bem explicativo – e claro – escolha um assunto que você goste e que fará diferença na sua vida ou na vida de quem lê”, concluiu Luan.

 

Por Peter Nardotto


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